terça-feira, 29 de março de 2011

Cotidiano

É estranho olhar pra trás e fazer tsc tsc tsc pra si mesma. Eu fazia (faço, mas quando faço eu nunca sei que fiz) umas coisas tão toscas, tão idiotas, e depois eu lembro e penso: pra que isso!? Não vale a pena. Ninguém vale meu estresse, meu aborrecimento. Eu devo deixar de ser covarde e tomar as rédeas de tudo que faço e quero fazer. Mas enfim...

Uma das minha metas desse ano é levar a Aurora pra conhecer a praia. Eu e ela. Nós duas sem horário pra dormir, pra comer, sem obrigações, sem regras. Porque meu filhote tem 4 anos, acorda super cedo todo dia e o pouco tempo que temos juntas fora do carro eu quero passar com ela, mesmo que às vezes eu não consiga e fique de mal humor porque ela quer brincar de avião tempo todo, ou pendurar nas minhas costas ou quer que eu dance Iggy Pop como se o mundo fosse acabar amanhã.

E dou graças à Deus todos os dias antes de dormir por chegar em casa bem, cansada do trânsito mas bem, isso porque bati (encostei e fui encostada) o carro duas vezes dentro de quatro dias, e fico estressada por coisas que eu não tenho o mínimo poder pra fazer nada.

A única cura pro meu mau humor são risadas infantis.

terça-feira, 22 de março de 2011

Um post MUITO sério

Eu tenho um amigo (assim considero) que eu nunca vi e nem sei quando foi que nos conhecemos ou como. Ele é sensível (mesmo que admita isso de uma forma meio bruta¬¬) e às vezes ele diz coisas tão... sei lá, verdadeiras, que dá vontade de dar um abraço nele. Eu daria, se ele não morasse no ACRE.

Hoje li seu post (porque eu sempre leio as atualizações) e cara, cada linha lida eu pensava: "seu puto, como você conseguiu escrever isso!? Logo HOJE!?" É tudo que venho sentindo esses dias, essas meses, e me sinto uma fraca por não conseguir mudar, ou pelo menos ter idéia do que quero mudar.

Chico Mouse, ti amuuuu miguxxoo!!!!

Bem, hoje não tenho piadinhas, nem ironia ou sarcasmo. Nem nada de imagens engraçadinhas encontradas nos cantos mais escuros das internets da vida.

Tava só aqui pensando... e pensando... e pensando mais um pouquinho.

Engraçado. Às vezes parece que tudo o que é bom na vida da gente não foi feito pra durar. E por mais legal que algo possa ser, nunca vai ser foda como nos filmes, em que você salva o mundo inteiro, enche o vilão de porrada e fica com a mocinha. Ou como um seriado desses que a gente adora, todo mundo fica bem no final e você fica com o amor da sua vida pra sempre, bla bla bla mimimi.

Ou seja: sua vida nunca vai ser que nem nos filmes/seriados/livros, nos quais tudo tem um sentido de existir, tudo tem um sentido de ser e o universo conspira à favor.

Na vida real tudo é mais triste, chato ou tosco. E as coisas sempre acontecem do jeito mais difícil, desesperado ou desastrado. É a mais pura verdade, vai dizer.

Você nasce, cresce, vai pra escola, faz faculdade, trabalha, aposenta e morre. Nesse intervalo, você apanha no colégio, é zoado por ser gordinho/feio/chato/nerd [insira seu complexo aqui], tenta entender como funciona a vida, viaja, apronta no carnaval, experimenta coisas legais na adolescência, fica com várias pessoas, faz sexo, se apaixona, sonha (às vezes até conquista algo que desejou), toma banho de chuva, toma uns porres, ama, chora, ouve, grita, decepciona-se, passa por situações amedrontadoras/constrangedoras/traumatizantes, acredita em deus/papai noel/coelho da páscoa/fada do dente, depois desacredita nessas coisas todas, fica doente, acha que vai morrer, envelhece, e vai envelhecendo cada vez mais rápido...

Calma, calma! Nem todo mundo faz tudo isso (ou, pelo menos, não nessa ordem). É só um exemplo pra mostrar que às vezes nossa vida parece meio... predeterminada. Claro que, como um bom cético, eu não acredito nisso de destino e o caralho. Mas é inevitável não sentir a incômoda sensação de que desde que você nasce até o minuto antes de você morrer, viveu-se sem nem mesmo saber o sentido de estar vivo, de existir. E isso é meio foda de suportar.

Não que precisasse ter algum sentido, mas... viver não precisava ser assim tão vazio, solitário e dolorido, né?

Bem... no fundo, no fundo, a diferença entre nós - humanos - e os peixes no mar nem é tão grande assim. Nós também continuamos nadando... e nadando... e nadando... sem parar... na porra de um oceano enorme, que parece até que nem saímos do lugar. Mas a gente continua a nadar, não é?

Por favor, só não deixe de ser esse carinha alegre, brincalhão e fofuxo que você é. A vida passa, muda, mas a maneira como nós SOMOS e como VIVEMOS fica para sempre.